terça-feira, 26 de junho de 2012

A saga do pé quebrado


Bem, vou iniciar um relato sobre o último pequeno incidente com grandes proporções ocorrido em uma madrugada de verão em 2011. Após sair para beber com uns amigos estrangeiros  no Mud Bug, ser sequestrada por uns amigos de Campos em seguida para beber em um bar em Ipanema e finalizar a noite dançando em um local não identificado, chego em paz em meu apartamento.

Já dentro dele, me preparei para colocar o despertador para tocar o mais tarde possivel para que eu pudesse dormir, sem me atrasar muito para o trabalho, claro! Eis que me deparo com a hora: 5h da manhã! Em pânico, saio correndo para o quarto para dormir o quanto antes, como se alguns minutos dormindo a mais fossem de fato fazer uma grande diferença.

Nesta corrida, obtive sucesso em ultrapassar todos os movéis da sala, entretanto, a parede do quarto não me deixou passar ilesa por ela. Eis que eu vou e o meu dedo do pé fica.

Quanta dor!!!!!!!!!!!!!!!! Quando olho para o meu pé, percebo que o meu terceiro pododactilo (dedinho do pé) estava cruzado com o seu vizinho, o senhor quarto pododactilo. Fratura exposta, segundo os médicos. Como o nível alcoolico estava acima da média, a dor foi sentida de forma leve para moderada, aumentando gradativamente ao longo do tempo. Calmamente, mentira, estava em pânico, me abaixei apoiando na parede e coloquei o dedo na posição inicial, ou seja, olhando para o norte.

Ainda estava escuro e eu já havia arracando toda a minha roupa, "O que fazer?" pensei. Ainda neutralizada pelo alcool, fui para cama e acabei adormecendo.

Às 7:10 meu celular do trabalho tocou de forma desesperada. Quando percebi, havia dormido com o meu celular particular em mãos e na tela dizia "Ajustar Despertador". Em pânico, novamente, sai mancando até achar o celular da empresa. Como o murphy não dorme nunca, era meu chefe perguntando aonde eu estava. Para constar, meu horario de trabalho se iniciava às 7h da manhã.

Após ter cerca de 2 minutos para explicar que estava com um problema particular e que eu deveria passar em um hospital antes de seguir para a obra, fui ignorada e o mesmo me deu cerca de 20 minutos para estar em meu ambiente de trabalho.

Como toda boa engenheira, fiz um cálculo mental rápido e descobri que eu deveria sair de casa em no máximo 5 minutos.

Sem tomar banho, sem tomar café da manhã e totalmente perfumada, sai de casa meio tonta, mancando e com um rabo de cavalo para esconder a oleosidade natural dos cabelos lisos. Meu porteiro, que havia aberto o portão às 5h da manhã para eu entrar, ficou perplexo com a minha agilidade e se assustou com o meu pé mancando e o meu cabelo seboso enrolado em um rabo de cavalo.

Cheguei ao estacionamento e peguei o carro. Como acelerar?? O freio estava ao alcançe, ok, mas e o acelerador?? Com o calcanhar no acelerador, fui rezando até a obra.

Cheguei na obra às 7:40, com um sorriso estampado no rosto, para que ninguém percebesse que eu tive vida social na noite anterior, implorando por meio litro de café e caçando meu chefe. Mancando e de chinelo de dedo cheguei até a sala de reunião e meu chefe ignorou o meu estado físico visivel.

A reunião comecou às 8h da manhã e se estendeu até a hora do almoço. Havia esquecido que havia agendado uma reunião com os advogados na parte da tarde, sendo assim, ainda não poderia fugir para o hospital.

Às 20h, sai da obra. Segui para o hospital dirigindo com o objetivo de conseguir um remedinho para aliviar a dor. Tentei ligar para a minha prima para que ela me acompanhasse. Infelizmente, como murphy não facilita, ela estava em uma ópera e não pode me atender. Vocês sabem em quantas óperas a minha prima já foi em toda a sua vida? Uma! Neste exato dia, claro!

Após uma hora aguardando, um médico resolveu me atender. Não vou entrar no mérito de criticar a saúde pública, muito menos os hospitais particulares. Raio-x, dores, inchaço e eis o tão esperado laudo médico: "Senhora Viviane, a senhora quebrou o dedo do pé"! Juro que eu ri e cheguei até a duvidar da competência do lindo doutorzinho, que preciso comentar, era de fato muito gato. Ele ficou abismado da forma como eu relatei o acontecimento e com a minha frieza em colocar o dedo no lugar.  Após muito papo e risos, ele me deu os parabéns pela excelencia na colocação meu dedo no lugar e agendamos encontros semanais naquele mesmo hospital durante as três semanas que seguiriam.

Fiquei dirigindo a 60km/h pela Linha Vermelha acelerando com o calcanhar e com uma tala no pé. Como eu já estava com a EuroTrip 2011 agendada, fui obrigada a fazer uma gambiarra no tempo imposto pelo médico. Uma semana antes da data planejada pelo médico para tirar a tala, eu resolvi tirar por conta própria. Murphy é sinistro, mas meu anjo da guarda é muito mais. Tirei a tala no sábado e na segunda feira de manhã sofri um acidente de carro no Rio de Janeiro. Vocês já imaginaram se eu estivesse com a maldita tala no pé e dirigindo?!

Murphy zero, anjo da guarda 1.

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